DIGITAL MAN



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CHEMISTRY  DIGITAL MAN  THE WEAPON


DIGITAL MAN

His world is under observation -
We monitor his station
Under faces and the places
Where he traces points of view

He picks up scraps of conversation -
Radio and radiation
From the dancers and romancers
With the answers - but no clue

He'd love to spend the night in Zion
He's been a long while in Babylon
He'd like a lover's wings to fly on
To a tropic isle of Avalon

His world is under anaesthetic -
Subdivided and synthetic
His reliance on the giants
In the science of the day

He picks up scraps of information -
He's adept at adaptation
'Cause for strangers and arrangers
Constant change is here to stay

He's got a force field and a flexible plan
He's got a date with fate in a black sedan
He plays fast forward for as long as he can
But he won't need a bed -
He's a digital man
HOMEM DIGITAL

Seu mundo está sob observação -
Monitoramos sua estação
Sob rostos e lugares
Onde ele traça pontos de vista

Ele capta trechos de conversa -
Rádio e radiação
Dos bailarinos e romancistas
Com as respostas - mas nenhuma pista

Ele adoraria passar a noite em Sião
Ele já ficou tempo demais na Babilônia
Ele gostaria das asas de um amante para voar
Para uma ilha tropical de Avalon

Seu mundo está sob anestesia -
Subdividido e sintético
Sua confiança em gigantes
Na ciência do dia

Ele capta trechos de informação -
Ele é adepto da adaptação
Porque para estranhos e organizadores
A mudança constante veio para ficar

Ele tem um campo de força e um plano flexível
Ele tem um encontro com o destino em um sedan preto
Ele aperta a tecla de avanço mais rápido que pode
Mas não precisará de cama -
Ele é um homem digital


Música por Geddy Lee e Alex Lifeson / Letra por Neil Peart


Tecnologia e exigências cotidianas que efemerizam a vida

"Digital Man", a quarta faixa de Signals, foi escrita pelo Rush em Muskoka Lakes, Ontário, no mês de março de 1982. Marcada por uma forte fusão de estilos musicais, a composição pode ser considerada como outro ponto notável no conjunto de criações da banda, tendo em vista que suas tomadas funcionariam como prenúncios dos direcionamentos artísticos posteriores. A canção também representaria um dos motivos concretos que culminariam na difícil decisão de separação do produtor de longa data, Terry Brown. A seguir, Neil Peart descreve o processo de concepção de "Digital Man":

Ainda não havia sinal de primavera nessa época do ano. Os lagos e o solo estavam cobertos por cerca de 1 metro de neve, com temperaturas quase sempre abaixo de zero - o que nos obrigava a nos vestirmos como exploradores do Ártico para sair ao ar livre.

Ficaríamos ali por um mês para trabalhar em novas canções. Para trabalhar, tínhamos vários chalés e um quarto climatizado em cima de um celeiro. A lareira era uma companhia amigável no momento em que passava as tardes trabalhando nas letras, enquanto Alex e Geddy ficavam no celeiro compondo as ideias musicais. O ar seco e frio e a cobertura de neve criavam uma atmosfera bem mágica, especialmente ao fazermos o caminho de volta à noite, quando os raios da lua cheia refletiam sobre o branco. Algumas pessoas não têm nada para dizer sobre o inverno, mas para mim ele é muito bonito. Em uma noite, Larry e eu pedimos emprestado um par de raquetes de neve para andar sobre o lago congelado. A lua brilhava na neve azulada quase como luz do dia, e o ar seco e muito frio beliscava nossas narinas, fechando-as. Isso pode soar como um pesadelo pra você mas, pra mim, era como um mundo dos sonhos!

'Digital Man' havia sido iniciada durante o último outono no Le Studio, quando colocamos letra e música nos versos e nas pontes no estilo 'ska', mas não havíamos conseguido chegar na combinação correta para os refrões. Depois de muito coçar a cabeça, finalmente surgiu o sequenciador padrão, a guitarra e as linhas de bateria para seguir. Estávamos muito satisfeitos com a dinâmica e a natureza inusitada dessa peça, que era muito diferente para nós. Porém, para nosso 'ouvido-objetivo', o coprodutor Terry Brown, não havia tanto entusiasmo.

Isso já havia acontecido antes, quando ficamos entusiasmados com uma música só pro Broon vir e nos dizer, "Uma merda" (Ele é um cara diplomático!). Geralmente, não conseguimos ver nossos próprios erros ao longo do caminho, daí desistimos e deixamos o 'velho' mostrar o caminho dele. Dessa vez, no entanto, estávamos tão certos daquilo que recusamos desistir. Falamos e falamos sobre o porquê gostamos da canção, como foi ouvi-la sendo gravada e o que ela poderia se tornar como um todo. Detalhamos para ele centímetro por centímetro até que se cansou de ouvir, oferecendo opiniões hesitantes e cedendo. "Estive errado antes". Ou, como sua filha Victoria colocou tão bem, "Não posso te ajudar se você está sempre errado!". Nenhum respeito.


Ironicamente, "Digital Man" traz usos de sintetizadores meramente pontuais. Assim como ocorrido em "The Analog Kid", as guitarras se revelam mais proeminentes. De forma inovadora, a banda consegue conceber um ótimo ska - os versos utilizam acordes poderosos com bateria e baixo sempre fenomenais, elementos que evocam perfeitamente a atmosfera futurista desejada. As pontes utilizam backbeats influenciados pelo reggae e o refrão é desenhado por belíssimas guitarras texturais. Além disso, "Digital Man" apresenta um trecho instrumental relativamente longo em sua seção intermediária, com ótimas ações dos integrantes em seus instrumentos, nitidamente inspirados pela canção "Walking On The Moon", faixa do álbum Reggatta de Blanc, lançado em 1979 pelo trio britânico The Police, banda bastante apreciada por Geddy, Alex e Neil. O interlúdio é concluído por outro belo solo de Lifeson.

Com Signals, o Rush experimentava um novo momento de transição, repleto de ideias e anseios por novos caminhos e experimentações artísticas e criativas. Lee expressou seu ponto de vista sobre o disco como "um álbum difícil de fazer, e que significou o fim do nosso relacionamento com Terry Brown". Sobre o assunto, ecoa também uma importante declaração de Lifeson, que exemplifica a agitação que os músicos atravessavam: "Com a possível exceção de Moving Pictures, que quase caiu em nossas mãos, todos eles foram difíceis de se fazer (risos). Mas se eu lhe dissesse que a criação de Signals foi bem tranquila, estaria mentindo".

Brown se sentia contrariado com as decisões por experimentações rítmicas. "Terry estava de fato com medo de que estivéssemos nos afastando do fato de sermos uma banda de rock, recebendo muitas influências de outras bandas como o The Police. Ele realmente não estava interessado no uso de bateria eletrônica", lembra Lifeson.

Os três canadenses também se sentiam muito empolgados em saborear todo o aparato tecnológico inovador disponível naquela época. "Nós três éramos unânimes nesse desejo", continua o guitarrista. "Isso é que é o Rush - estamos sempre querendo tentar algo diferente, ou colocar a cabeça em uma nova direção".

Lifeson conseguiu tolerar a situação por um tempo, seguindo sua posição no processo exclusivamente pelo time, embora Lee tenha falado mais tarde sobre a curiosa forma com a qual o músico lidava com as novas perspectivas no estúdio. "Ele invadia a sala de controle dizendo, 'Pelo amor de Deus, não há guitarras suficientes nesse disco!'".

"A linguagem era, provavelmente, mas colorida que isso"
, gargalha o guitarrista. "Porém, uma banda opera em consenso. Todos sentiam que estávamos indo na direção certa mas, na minha maneira de pensar, havia um desiquilíbrio. Mesmo assim, não tenho arrependimentos".

"Em 'Digital Man', por exemplo... não há nenhum problema com ela. Porém, tivemos muitas dificuldades para conseguirmos o feeling correto. Estava faltando direção, e é nessas horas que você precisa de um produtor forte".

"Estávamos cansados de fazer as coisas da mesma forma"
, diz Geddy. "Era provável que teríamos uma troca de produtor, em vez de alterar o equilíbrio interno da banda".

"Não estávamos recebendo o tipo de direção e orientações necessárias"
, conclui Lifeson.

A separação com Brown seria amigável.

"Sem dúvidas, Terry foi uma parte muito importante da banda. Além da produção real, ele estava lá em todas as seções de composição e arranjos, e sua saída deixou um grande buraco. Lá no fundo, no entanto, era a hora", afirma Geddy.

Signals, no geral, é construído sob um forte clima de futurismo e de suas ações sobre o homem. "Quanto mais falávamos sobre as cenas em torno das canções individuais, mais elas pareciam se conectar", explica Geddy. "Dessa forma, sim, havia uma conexão no sentido temático. Algumas ligações são sutis, como em 'Analog Kid', 'Subdivisions' e 'Digital Man', mas não foram tão conscientes quanto parecem".

"Um álbum é como um pedaço de tempo da sua vida que você pode congelar"
, continua. "As coisas das quais falamos em Signals estavam em nossas mentes, coisas que achávamos que valiam a pena trazer para a consciência pública".

Sobre o notável uso do ska, Geddy diz, "Do ponto de vista da seção rítmica, é ótimo. O ritmo é um campo que se tornou mais importante para a banda, por ser sempre diferente e por depender de sentimento. Tudo gira em torno da colocação das notas, ao invés da complexidade dentro da peça. Nesse caso, toda complexidade é rítmica. Portanto, é muito atraente para nós por sermos garotos brancos do Canadá, criando essa sensação de que não é a coisa mais natural".

"Quando estamos fazendo algo, não importa quantas vezes façamos, temos que seguir até acertar"
, diz Lifeson. "Para dar um exemplo, passei um dia e meio preparando o solo de 'Digital Man'. Foi árduo emplacar. Fiquei feliz quando terminei - vivi com ele por uma semana. Ninguém disse nada, mas havia algo muito estranho nele - simplesmente não se encaixava em qualquer lugar da face da terra. Por isso, passamos mais um tempo indo em uma direção totalmente nova, que levou mais alguns dias. É algo sobre o qual você pode se tornar muito sensível. A reação imediata poderia ser, 'O quê? Você acha que meu solo é uma porcaria? Ótimo!' (Risos). Todos sabíamos que ele não estava certo para a música e, dessa forma, decidimos persegui-lo, colocando tudo junto de volta depois".

"'Digital Man' foi nossa primeira tentativa de fazer malabarismos com influencias estilísticas totalmente díspares - ska, synth-pop e hard rock. Na época, terminamos com três peças de uma canção que foram unidas por uma colagem louca"
, explica o guitarrista.

"Digital Man" traz um olhar voltado para os impactos das constantes revoluções tecnológicas sobre o ser humano e suas relações. Considerando se tratar do ano de 1982, Neil expõe novamente sua incrível capacidade de percepções à frente do seu tempo, notando as dinâmicas da vida ao seu redor e compartilhando, através de suas composições, incríveis ideias que permanecem atuais através dos tempos. Nessa canção, o letrista avalia como as invenções, descobertas e criações realizadas pelo homem afetam, de forma profunda e ampla, os conhecimentos, os costumes e as práticas cotidianas do seu meio.

Conforme já afirmado pelo próprio Peart, "Digital Man" funciona como um desdobramento para o assunto abordado em "The Analog Kid". Partindo dessa premissa, é possível visualizar duas realidades: a do garoto simples (dito 'analógico'), que sonha em experimentar novas sensações fora do seu local de origem (abandonando sua identidade idílica / suburbana em busca de voos mais altos nos grandes centros), e a do homem adulto (agora 'digital'), que se torna a criatura de uma conjuntura de alta velocidade e ritmos alucinantes, marcada pela disputa constante na qual os seres humanos vão sendo desgastados ao tentarem acompanhar com suas vidas essa celeridade incansável.

Essa nova realidade de imediatismo envolve questões profissionais, de mercado e pessoais. As mudanças se devem pela necessidade direta e inevitável de utilização de sistemas e interfaces digitais para a efetivação de processos de produção, comércio, contatos pessoais e informação. A revolução digital provocou mudanças profundas nas formas como os indivíduos se relacionam, em comparação com a era analógica.

"Digital Man", de forma impactante, detalha uma alma oprimida e absorta por um mundo indiferente, sintético e subdividido que progride rapidamente, esta que, em um determinado momento, não consegue mais acompanhá-lo. Sua imagem é similar à de um androide ou humanoide - uma máquina-homem ofegante. O foco está em sua degradação como ser humano, que passa a significar apenas mais uma peça de engrenagem ou um chip de computador - um ser despersonalizado que poderá ser descartado a qualquer momento.

O personagem central está sob constante observação em uma realidade moderna repleta de maravilhas tecnológicas, porém integrada por uma grande quantidade de indivíduos que praticamente não estabelecem mais as fortes ligações entre si (conforme exploradas na canção anterior "Chemistry"). Esse novo mundo experimenta a chamada era da informação, cujo objetivo é transmitir cada vez mais, com pessoas recebendo e absorvendo fragmentos que passam a comprometer seu senso crítico. A realidade do "Homem Digital" é flutuar em um mar de trocas rápidas de canal, cenas de vídeo sem nenhum contexto, continuidade ou significado. Os homens deixam de se preocupar com avaliações, e a verdade torna-se uma fantasia longínqua e intangível. A tríade "comunicação - persuasão - ganho" consegue entreter e absorver vidas como meras frações subordinadas a um grande sistema. A lembrança da individualidade, mesmo que vindo à tona momentaneamente, é difícil de ser defendida, por estar encravada em imagens de frações de segundo e breves bits de som. O personagem, nesse cenário, sonha novamente em escapar para outra realidade, fazendo um caminho de volta para algo similar ao seu velho mundo, com mais romance, sensibilidade e fantasia.

"Digital Man", sob vários aspectos, traz a lembrança do personagem Winston Smith, idealizado pelo escritor britânico George Orwell em seu clássico "1984", de 1949. No romance, Smith se torna parte de um grande mecanismo totalitário, deixando de perceber com o passar do tempo qualquer incongruência do sistema - pelo menos até o momento em que ouve a súplica desesperada de sua natureza humana soterrada.

A grande questão do "Homem Digital" é que ele busca um fator de segurança em meio a um mundo que está sempre em mudança constante. Dessa forma, ele passa a ser adepto à adaptação, simplesmente se ajustando ao fluxo. Ele abraça a existência como um fantasma, de forma insubstancial.

Outro ponto a se levar em consideração e evidenciado metaforicamente a partir do refrão são as pressões e o estresse provenientes da dinâmica profissional. Esse é o 'toque no ombro' para lembrar ao "Homem Digital" que ele está traindo sua natureza. Seu corpo não é uma máquina, embora tenha sido induzido a isso. Sua vida está entorpecida, sob anestesia, e subdividida: robótica e sintética. Seus devaneios de fuga são, portanto, algumas das únicas atitudes de reconhecimento que o aproximam da sua verdadeira natureza.

Peart utiliza a figura de três locais para evidenciar os sonhos do "Homem Digital" com ambientes mais tranquilos e humanos, seguindo o que já foi indicado nas letras de "Subdivisions" e "The Analog Kid". Em "Digital Man", o protagonista "adoraria passar a noite em Sião, pois já ficou tempo demais na Babilônia. Ele gostaria das asas de um amante para voar para uma ilha tropical em Avalon". Citada por mais de 150 vezes na Bíblia, a palavra Sião, essencialmente, significa 'fortificação' - é a cidade de Davi e a cidade de Deus. À medida que a Bíblia progride, o termo deixa de se referir à cidade física e passa a assumir um contexto espiritual - a terra prometida. Por outro lado, Babilônia é o nome de uma antiga cidade que foi a capital da Suméria e da Acádia, na região que hoje é território do Iraque, cerca de 80 km da atual Bagdá. O termo, em babilônico, significa 'porta de Deus', mas os judeus afirmam que este vem do hebraico, significando 'confusão'. A cidade era muito avançada para a sua época e, desde os primórdios, seus habitantes tinham grandes conhecimentos sobre agricultura, arquitetura e astronomia, entre outros. Na Babilônia foi criada a divisão do dia em 24 horas, da hora em 60 minutos e assim por diante.

A fama da cidade no mundo judeu - e cristão - deriva das obras realizadas pelo rei Nabucodonosor (606 - 562 a.C.). Ele conquistou Jerusalém, destruiu o Templo de Salomão e deportou muitos hebreus para a cidade, onde viveram em exílio por cerca de 50 anos (2 Reis 24). Dessa forma, a Babilônia é mencionada na Bíblia como o símbolo dos inimigos de Deus e do seu povo, tornando-se uma metáfora para definir a realidade oposta àquela desejada pelo ser supremo. Daí nasce a oposição, sobretudo na literatura apocalíptica, entre Babilônia, lugar do paganismo e dos vícios, e a Jerusalém celeste, reino de paz e virtudes.

A mítica Ilha de Avalon faz parte de uma misteriosa lenda celta, considerada uma porta de passagem para outro nível de existência onde seres mágicos, isolados do mundo mortal, desfrutam a eternidade. Pesquisas arqueológicas atestam que os campos de Glastonbury, localizados no condado de Somerset, sudoeste da Inglaterra, foram pântanos drenados há milhares de anos. Dessa forma, é possível considerar que a cidade já foi uma ilha, e esse fato traz para o mito de Avalon a representação de seu possível acesso.

O desfecho de "Digital Man" ainda reserva outras metáforas obscuras e intrigantes. "Um encontro com o destino em um sedan preto" pode representar, sem esforço, a própria morte, que se mostra cada vez mais próxima para uma vida totalmente frenética e indiferente, constituída por dias totalmente tomados pelas rotinas - "a tecla de avanço sempre pressionada". Por outro lado, o "Homem Digital" vive como se não houvesse tempo suficiente - ele não percebe a vida ao redor por estar constantemente concentrado em suas tarefas, deveres e em sua posição no grande maquinário. Como uma criação robótica, ele nunca atinge a sensação de realização, marchando permanentemente adiante. Peart projeta uma figura depressiva no fluxo de existência do nosso tempo, como um verdadeiro redemoinho que nos suga. Já a frase "Ele não precisará cama", mesmo tendo uma origem divertida, denota o dinamismo tecnológico que nos torna verdadeiros homens digitais, que vivem como máquinas cada vez mais vazias das características exclusivamente humanas.

"Bem, a canção meio que saiu de uma comédia pessoal. Tínhamos o título antes do conceito", lembra Geddy. "Havia um cara que contratamos, acho que foi no Moving Pictures, que traria todo o equipamento digital para que pudéssemos dominar o álbum digitalmente. Ele era um 'estranho' exemplo de homem moderno, sem entrar em muitos detalhes. O Le Studio já havia adquirido seu próprio equipamento digital, de modo que não havia nenhuma necessidade de contratarmos nosso 'homem digital' naquele momento. Estávamos tentando resolver a questão dos leitos, de quantos caras da equipe poderíamos levar para a casa perto do Le Studio, pois a situação é que você passa a viver no local. Então alguém veio com a frase, "Bem, acho que não precisaremos de uma cama para o homem digital", e todos acharam fantástico. Anotamos isso e Neil desenvolveu um conceito inteiro sobre o homem moderno e sua efemeridade na sociedade na qual vivemos. Tudo isso influenciou a melodia e a ideia para a música".

© 2015 Rush Fã-Clube Brasil

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SHATNER, W. MOON, G. "The Albums That Saved Prog: Signals and "It's Prog, Jim..."". PROG Magazine - Issue #43. February 2014
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