RUSH: 45 HISTORIAS INCRÍVEIS



05 DE MAIO DE 2013 | POR VAGNER CRUZ

DIRETO DOS PRÓPRIOS PATETAS, 45 HISTÓRIAS DE 45 ANOS INCRÍVEIS JUNTOS
Prog Magazine | Abril de 2013 - Edição 35
Por Paul Elliott

1 - Havia vinte pessoas no primeiro show do Rush

Foi em Setembro de 68 num local chamado "The Toronto Coff Inn". A formação da banda contava com Alex Lifeson na Guitarra, John Rutsey na bateria e Jeff Jones no baixo e vocais. Geddy Lee viria assumir o posto de Jeff Jones para o segundo show.

Alex: "John e eu havíamos tocado juntos por três anos em uma bandinha de garagem chamada The Projection, éramos tão psicodélicos como as crianças de 15 anos da época, e tocávamos covers de 'The House of Rising Sun' e coisas parecidas, além de tocarmos também com outras pessoas. Quando recebemos a ligação para fazer essa apresentação no Coff Inn, liguei para um baixista que eu conhecia, Jeff Jones, dizendo, 'Você quer fazer esse show por dez dólares? Você pode ficar com três dólares, vai ser divertido'. Na verdade foi Bill, irmão de John Rutsey, quem sugeriu o nome Rush para esse show. Achávamos que 'The Projection' era um nome muito legal, mas ele disse que precisávamos de algo mais direto e curto, algo que passasse energia. 'Que tal Rush ?' Ok, soou bem e pegou!"

"O Coff Inn ficava no porão de uma igreja da qual eu morava perto, um lugar perfeito para sair com as crianças, beber refrigerante e ver as bandas locais tocar. Não havia palco, as bandas tocavam no chão em uma das extremidades da enorme sala. Você poderia dizer que tinha cem pessoas quando a sala estava lotada, mas provavelmente havia uns vinte naquele primeiro show do Rush. Nós não tínhamos muitos equipamentos, nem pedestal de microfone, usamos um pedestal de lampadas e amarramos o microfone nele. Tínhamos também dois sistemas PA'S bem porcaria, com duas colunas de 4 falantes de oito polegadas, foi tudo muito básico".

"Nós tocamos Fire e Foxy Lady de Jimmy Hendrix, Spoonful do Cream, Snowing Wood de John Mayall. Sabíamos cerca de sete ou oito músicas, então, acabávamos e tocávamos tudo novamente, por horas! Não me lembro se essas vinte pessoas ficaram impressionadas ou não, mas suponho que não! Mas nós nos divertimos, e depois desse primeiro show, recebemos uma oferta para voltar na próxima semana. Jeff não poderia ir, ele já estava envolvido demais com sua outra banda, então foi quando eu chamei Geddy e perguntei se ele poderia entrar. Eu o conhecia a uns dois anos, e ele pode não ter feito o primeiro show do Rush, mas estava lá para fazer o segundo. Depois passamos a tocar no Coff Inn uma vez por mês. A última vez que tocamos lá foi na primavera de 69 e o lugar estava lotado, eu ainda posso ver as imagens, as luzes brilhando sob nossos equipamentos e a sala cheia de pessoas, muito emocionante".

O Coff Inn
2 - Embora Geddy Lee não estivesse na banda para o primeiro show, os atrevidos pegaram seu amplificador emprestado

"Alex era um vagabundo", diz Geddy. "Cada vez que ele me ligava, eu sabia que era pra me pedir alguma coisa. Mas ele chegou a me ajudar quando comprei meu amp. Foi no auge do inverno e nós carregamos esse amplificador pesado num ônibus, depois arrastando-o sob o gelo até minha casa".

3 - Quando Alex tinha 15 anos, uma viagem de ácido explodiu sua mente

"Quando eu tinha treze anos, fumei meu primeiro baseado", ele diz."Eu fui no shopping local com Al Grandy, que estava na 'The Projection', e fumamos atrás de umas caixas de lixo, curvados e escondidos num canto. Estávamos tão nervosos! Não achava que era algo bom de se fazer, mas nós nos convencemos de que éramos melhores do que realmente éramos. Nós também roubamos todo tipo de bebida que se possa imaginar dos gabinetes de licor de nossos pais, Gin, Vodka, Whisky para depois misturarmos tudo. Ficava com um cheiro e sabor horrível, demos o nome de Mijo de Pantera. Mas o ácido foi incrível. Eu estava com um outro amigo e, depois da parte visual (que é a mais pesada), conversamos sobre tudo, Deus, o Universo... Foi realmente incrível, nos sentimos realmente especiais, como duas pequenas luzes individuais nesse pequeno mundo".

4 - Jeff Jones tocou no Rush por três semanas

"Jeff era um ótimo baixista e vocalista também", diz Alex. "Ele tinha uma voz muito nítida, perfeita para o blues. Mais tarde ele tocou com Tom Cochrane & Red Rider, uma das bandas que excursionou com o Rush. Nós ainda somos amigos e nos vemos de vez em quando, sorrimos um para o outro quando falamos dos velhos tempos".

Jeff Jones
5 - Geddy Lee foi demitido do Rush em 1969 e, de acordo com Alex, foi John Rustey quem queria ele fora

Alex: "John poderia entrar nesse estado de espírito assustador, onde de repente ele poderia simplesmente te odiar do nada. Ele era realmente influente sobre seus amigos, tinha esse poder e certa vez aconteceu com o Geddy".

Geddy: "Foi quando nós éramos uma banda com quatro pessoas, com Lindy Young nos teclados, que agora é meu cunhado. Eu estava a caminho do ensaio, e Lindy me parou pra dizer que a banda não estava mais ensaiando por que havia se separado. Eu apenas disse 'ok', e foi isso".

Alex: "John queria ter um baixista diferente na banda e eu meio que consegui um pra ele. Então nós tínhamos Joe Perna no baixo, e mudamos o nome da banda para Hadrian".

Geddy: "A próxima coisa que eu soube foi que eles haviam formado uma outra banda, com outro baixista apenas, então era óbvio que eu havia sido chutado. Eles não tinham coragem de me dizer na cara, e... Era um comportamento típico do John e do Alex na época. Eu suspeitava que era John quem estava por trás de tudo, nós sempre tivemos uma relação irregular. Meus sentimentos foram gravemente feridos, eu realmente não entendi aquilo. Mas eu conhecia muitos músicos, então eu disse apenas 'Ok, vão se foder!'. E eu comecei uma outra banda, Oglivie, com meu amigo Xavier Dangle - esse era o verdadeiro nome dele, um ótimo guitarrista, e Sammy Roher, baterista. Nós tocávamos um tipo de blues inglês, Jon Mayall, coisas do início dos Yardbirds. Eu não sei porque escolhemos o nome Oglivie, provavelmente estávamos chapados ou algo assim".

Hadrian, 1969: Joe Perna, Alex Lifeson, John Rutsey e Lindy Young.
Alex: "Fizemos dois shows como Hadrian. O primeiro, que foi horrível, onde Joe não sabia o que estava tocando, foi um completo pesadelo. Eu levei Charlene, minha futura esposa, era nosso primeiro encontro e aquilo foi um completo caos. E logo depois John ligou para o Geddy, dizendo, 'Ei, tudo bem?', como se nada tivesse acontecido. Geddy estava realmente magoado pela coisa toda, ele não tinha certeza se queria voltar e tocar novamente conosco. Eu não o teria culpado se ele não tivesse voltado, mas fiquei feliz por ele ter decidido retornar.

Geddy: "Johm me disse que haviam cometido um grande erro e que me queriam de volta na banda. Eu estava meio dividido sobre isso, mas realmente gostei muito do Alex, gostava da ideia de estar numa banda que era mais rock do que blues. Então disse que era hora de tentar novamente".

6 - Alex Lifeson teria sido a primeira estrela do Rock'n'Roll em um reality show?

Alex Lifeson no documentário 'Come on Children'
Em 1970, quando completou 17 anos, Alex Lifeson participou de um documentário canadense sobre os adolescentes chamado "Come on Children" . O filme nunca foi exibido, mas alguns trechos foram incluídos no documentário "Beyond the Lighted Stage". Come on Children foi dirigido por Allan King, famoso diretor de documentários. Seu gênero era como o reality show, e ele havia lançado um filme muito bem recebido chamado "The Married Couple", no qual narra o fim de um casamento.

Para "Come on..", King mostrava dez adolescentes de Toronto vivendo em uma fazenda por 10 dias. "Houve um lado rebelde nos adolescentes que estavam lá, mas acredito que Allan procurava por uma tensão maior, acho que foi por isso que o filme nunca fora exibido.

7 - Rush admite que seu single de estréia - o cover de Buddy Holly 'Not Fade Away' - é uma merda

Geddy: "Nós não poderíamos começar nosso trabalho nos bares a menos que tocássemos alguns covers. Not Fade Away era uma velha canção rock'n'roll que se tornou uma das peças principais dos nossos shows. Dessa forma, nosso empresário disse que esse deveria ser nosso primeiro single, mas a gravação era horrível, totalmente metálica, uma merda! Ele vendeu algumas centenas de cópias, e agora é claro que é um item de colecionador".

O single Not Fade Away
8 - Alguns caras não foram feitos para estar no Rush, Lindy Young saiu em 1969

"Ele era muito quieto, uma pessoa insular", explica Alex. "Ele realmente não estava confortável com tanta atenção. Seu oposto era Mitch Bossi, que se juntou à banda como segundo guitarrista durante cinco meses, em 1971. Mitch era um bom guitarrista, e era um tanto quanto divertido ter outro guitarrista na banda. Porém ele estava mais interessado em sua aparência e nas garotas do que na música em si, foi mais como uma 'cena' pra ele... Por isso não deu certo".

Depois disso, o Rush sempre foi um trio.

9 - Rush teve sua primeira grande chance em 1971, quando a idade legal para bebidas alcoólicas caiu de 21 para 18 anos

"Foi uma verdadeira virada de jogo para nós", diz Geddy. "Aconteceu perto do meu aniversário de 18 anos, e o Alex era apenas um mês mais novo que eu. Portanto logo que isso aconteceu começamos a tocar nesses bares, passando de uma banda de garagem para um tipo de banda profissional, que tocava seis dias por semana. Foi um grande passo à frente".

10 - O Rush formou sua própria gravadora porque quase todas as grandes negligenciavam o seu trabalho

O empresário da banda Ray Danniels fundou a Moon Records em 1973, e Geddy admite: "Foi uma jogada desesperada para conseguir mais trabalho e locais para tocar. Precisávamos de um registro para ter melhores locais e melhores shows, e o Ray teve a ideia de fazer isso por conta própria. Você toca tantas vezes nos mesmos bares e depois se pergunta: 'Será que isso será a minha vida'"?

11 - O verdadeiro John Rustey...

John Rustey foi um enigma. O baterista, que morreu em 2008, começou como líder do grupo, mas em julho de 1974 foi demitido da banda. Alex Lifeson explica a verdade por trás desse personagem complexo.

"John e eu nos conhecemos quando eu tinha 11 anos. Eu me mudei para perto de onde ele morava e nos tornamos amigos. Jogávamos hóquei, futebol americano e beisebol e fomos para mesma escola. Mas ele era uma pessoa insegura, tinha diabetes na juventude, e eu me lembro que ele nunca queria falar sobre o assunto, acho que ele sentia como se isso fosse uma desvantagem. Ele era uma pessoa emocionalmente complexa. Era a melhor companhia para se estar quando estava feliz, mas também era um cara muito estranho. Sinceramente, o cara mais engraçado que se pode conhecer, charmoso e envolvente, mas em outros momentos, ele se mostrava como um enigma, e isso lhe custou caro. Ele se desperdiçou tanto! Em 1974, John caiu doente e ficou fora da banda por alguns meses, e trouxemos então um baterista substituto, Jerry Fielding, um cara muito simpático. E então John voltou para mais um mês de shows, foi o melhor tempo que tivemos juntos. Mas infelizmente tudo isso era triste pra ele. Ele pode não ter dito, mas ele estava muito preocupado com sua diabetes e se seria viável estar na estrada conosco. Você tinha que manter a insulina refrigerada. Nós também estávamos começando a mudar de direção. Geddy e eu estávamos ouvindo música progressiva, Yes, Genesis, Pink Floyd, mas John só ouvia rock direto e reto, e nosso empresário pensou que isso seria um problema em potencial. Acho que foi Vic Wilson, parceiro de negócios de Ray, que se sentou com John e lhe disse que havia acabado. Não fazia nem um mês que havia deixado a banda, John já tinha vendido sua bateria e foi isso. Nos anos que se seguiram, eu ia vê-lo de tempos em tempos quando ele estava em casa. Sempre senti a obrigação de tê-lo como amigo, mas quanto mais ocupados íamos ficando e mais trabalhos fazíamos, ficava cada vez mais desconfortável nos relacionarmos um com o outro. Fiquei excitado com o que estávamos fazendo, e falar sobre essas coisas era doloroso pra ele".

"Nos anos 80, John começou a fazer bodybuilding e começou a competir também. Ele parecia todo esticado, seu peito era enorme. Foi muito estranho pra mim ver isso, mas foi um foco pra ele. Ele já tinha passado por momentos difíceis com sua doença, e agora, de certa forma, ele estava levando uma vida mais saudável, foi uma coisa muito positiva. Eu realmente não mantive contato com ele até o final dos anos 80, e sempre me senti mal pelo fato dele sempre ter ficado fora das coisas. Mas antes de falecer, fizemos as pazes".

Lifeson, Rutsey e Lee
12 - A primeira tentativa de gravar o álbum de estréia foi um desastre

"Separamos tudo em dois dias", recorda Alex. "Tanto a gravação quanto a mixagem, mas o produtor que tínhamos, David Stock, simplesmente não era tão bom. Tudo parecia tão ridículo e fraco! Então, quando Terry Brown veio como produtor, a ideia era de tê-lo apenas para a remixagem, mas ele disse que teríamos que deixar alguns sons de fora, os que não gostávamos, e colocar coisas novas e mais atuais no lugar. Então tiramos Not Fade Away e algumas outras musicas, e no lugar colocamos Finding My Way , Before and After e Take a Friend".

13 - Quando Neil Peart fez o teste para o Rush, ele pensou que Alex era um idiota

Alex: "Cinco pessoas fizeram o teste, três antes do Neil, e um cara depois, Jerry Fielding (que substituiu Rustey por alguns meses). Neil parecia tão nerd, ele tinha cabelos curtos, era muito alto e desengonçado, e eu pensei comigo 'Oh meu deus, esse cara definitivamente não é legal o suficiente para estar na banda!' Então ele tocou e pensei 'Oh meu Deus, esse cara é legal o suficiente para estar na banda!"

Geddy: "Alex e eu prometemos que não iriamos falar nada sério com nenhum dos caras que já haviam feito testes antes que nós discutíssemos isso. Porém, trinta segundos depois que o Neil começou a tocar, eu fiquei completamente fora de mim, então comecei a falar com o ele como se já estivesse na banda - Eu não conseguia segurar! E o Alex ficou muito bravo comigo, ele não disse nenhuma palavra. Neil me disse mais tarde que achava que o Alex era um completo idiota por não dizer nada. Não havia como negar que Neil era o cara".

14 - Neil se tornou o letrista da banda por desfalque

"Nunca passou pela cabeça do Neil escrever letras", diz Geddy. "Mas quando saímos para nossa primeira turnê com ele, Alex me puxou de lado e disse, 'Esse cara lê demais, ele tem um grande vocabulário e eu odeio escrever letras'. Então pedimos a ele pra tentar, e ele aceitou de cara. A primeira letra que ele escreveu foi Beneath, Between and Behind e, quando eu li, me lembro de ter dito 'Meu Deus! O que fizemos, criamos um monstro!'"

15 - Todas as letras escritas por Neil foram alteradas por Geddy

Mas não há problema nisso para Neil. "Eu nunca apresentei uma letra que foi plenamente aceita", diz ele. "Eu dou ao Geddy um monte de coisas, e às vezes ele encontra algumas linhas que se sente confortável. E isso não é indiferente pra mim, é como pensar que ele realmente gosta delas e precisa de mais, e claro que eu posso fazer mais! É uma maneira interativa de trabalho que nunca é negativa. Sempre que ouvimos a ideia do outro nunca falamos 'é uma merda', e sim 'eu sei aonde você quer chegar, e acho que poderia ser melhor se...' ou 'eu gosto mais dessa parte do que desta'. E é sempre uma coisa positiva. Se Geddy só gosta de um verso de algumas linhas, ele me envia e me inspira a criar e acrescentar mais a isso".

16 - Geddy Lee tem uma simples explicação do porque o terceiro álbum do Rush ser estranho

"Eu culpo o som de Caress of Steel pelo óleo do haxixe", diz ele.

17 - Alex Lifeson culpa as drogas pela cômica introdução da 'falsa-oriental' A Passage to Bangkok

"Nós fumávamos muita maconha" diz ele. "E demos muitas boas risadas sobre essas coisas. 'Será que isso passará no teste do tempo?' 'Ah, quem se importa?'"

18 - Apenas uma banda conseguiu levar o Rush à bebidas: UFO

"Nós éramos crianças", recorda Geddy. "Fizemos todo o tipo de coisas estúpidas, bebemos pra caramba, fumamos demais, viramos várias noites acordados. Os caras do UFO eram muito divertidos junto com o Thin Lizzy, mas nós não chegávamos aos pés do UFO. Éramos os bons garotos canadenses, e naquela época éramos verdes, de olhos arregalados e um pouco nerds, mas tínhamos nossos momentos, sempre gostamos de passear... fumar (risos). Com o Thin Lizzy, nunca vi o Phill Lynott ser muito selvagem pra ser honesto. Ele era um homem muito calmo, era ótimo para conversar, uma alma gentil. Os outros caras da banda que sempre estavam loucos. Bebemos muito junto com Robbo (guitarrista do Lizzy, Brian Robertson), mas Phill sempre foi reservado. Acho que é porque ele estava em outro tipo de 'entretenimento'. Mas ninguém podia competir com o UFO. Tivemos umas 10 fortes ressacas com eles numa base regular. Eu poderia beber com eles por um curto período de tempo, mas por um longo tempo não. A resistência deles eram implacável. Pete Way (baixista do UFO), era uma força da natureza! As pessoas precisam estar sóbrias em algum momento durante o dia, mas ele parecia não se importar com isso. Lembro de um show em que estávamos atrás do palco ouvindo eles tocarem, e o baixo simplesmente desapareceu. É claro que ele tinha caído do palco".

Geddy Lee e Pete Way
19 - É possivel que o Rush seja a única banda de rock que nunca teve groupies

"Kiss e Rush estavam em dois caminhos completamente diferentes", diz Alex. "Nós nos divertimos muito trabalhando juntos. Eu não diria que havia groupies ao redor do Rush, mas sempre havia muitas meninas ao redor do Kiss. Nós podíamos estar numa sala com 40 pessoas, e o Gene sempre estaria no banheiro tendo relações".

20 - Ninguém sabe o significado de Tobes of Hades. O título da primeira parte de By-Tor and The Snow Dog é um mistério para os membros do Rush

Geddy: "Eu não sei o que é Tobes of Hades. Supus que Neil sabia, que existia tal lugar em alguma mitologia, eu só o segui".

Alex: "Acho que Tobes of Hades é como uma sala de espera para o inferno!"

Neil: "Ninguém sabe o que isso significa, e é isso o que eu mais adoro. É algo que o pai de um amigo meu costumava dizer, parecido com 'está mais quente que a tumba do Hades'"

21 - By-Tor and The Snow Dog foi uma brincadeira que quase saiu pela culatra

"As pessoas pensam que somos uma banda séria", ri Geddy. "Somos apenas uns idiotas, By-Tor foi uma piada que saiu do controle. Nosso gerente Ray tinha dois cães, e nosso gerente da iluminação deu a eles o nome de Biter e Snow Dog. Provavelmente estávamos chapados no dia, então imaginamos uma música sobre esses dois cães. Daí Neil foi em frente e escreveu. Mas o pessoal da gravadora não ficou feliz. Eles assinaram com aquela banda do primeiro álbum e disseram, 'Essa não é a mesma - mas que merda é essa de By-Tor? Vocês estavam falando de trabalhadores, e agora vêm com essas coisas loucas!'. Foi meio que um soluço para os planos que eles tinham para nós".

22 - Em 1977, Geddy Lee queria estourar a cara de um jornalista

Em uma matéria da NME, o jornalista Barry Milles desafiou Neil Peart sobre o conteúdo lírico de 2112, que foi inspirada na obra da autora de direita Ayn Rand. De acordo com Milles, 2112 beirava o neofascismo e, para Geddy, cujo os pais sofreram nas mãos dos nazistas em Auschwitz, a alegação foi imperdoável.

Geddy: "Aquele cara da NME nos atingiu de uma forma brutal, ficamos de queixo caído, totalmente chocados. Neil e ele tiveram essa discussão filosófica, mas ele apenas ouvia o que ele queria ouvir. Nós não imaginávamos que aquela conversa se tornaria aquilo. Pensamos que ele era um cara decente, lembro-me de ver e rever a entrevista várias e várias vezes, pensando: 'Que porra é essa? Como que isso pode ter acontecido?' Ele disse essas coisas horríveis sobre nós, e sim, eu me chateei".

"Eu não sou do tipo violento, mas eu queria dar um soco bem na cara desse camarada. Porém não havia nada que eu podia fazer, a imprensa sempre tem a ultima palavra. Meu pai e minha mãe se conheceram aos 13 anos num campo de concentração para os judeus poloneses em Auschwitz; e mesmo estando eles nesse ambiente horrível, havia um romance, uma história doce contra um fundo sombrio. E então eles foram separados. Eles passaram a adolescência inteira nesses campos e, no final da guerra, houve uma corrida desesperada para saber quem ainda estava vivo. Minha mãe não sabia se meu pai havia sobrevivido, mas seu irmão e meu pai acabaram no mesmo hospital em Munique. Quando ele soube onde minhã mãe estava, ele não teve paciência em esperar, e no outro dia foi de encontro à ela".

"Depois que Belsen (a cidade onde estavam) foi libertada pelos britânicos, as coisas eram tão desesperadoras que todos os sobreviventes se mudaram para o quartel alemão, onde meus pais viveram por dois anos e se casaram, numa cerimônia ocorrida no refeitório do alojamento dos oficiais. Em 1995 houve um encontro em Belsen para o 50º aniversário da libertação, e eu levei minha mãe até lá. Todos os sobreviventes de todo mundo estavam lá. E como estávamos almoçando no refeitório, minha mãe disse que aquele era o lugar onde havia se casado com o meu pai. Foi muito pesado pra mim. É uma história incrível".

23 - Algumas músicas do Rush estavam em tons tão altos que mesmo Geddy tinha problemas pra cantá-las

O maior desafio para Geddy como vocalista veio em Hemispheres. "Nós havíamos escrito todo aquele álbum sem ensaiar, e eu não havia cantando ainda", diz ele. "E quando chegamos para gravá-lo, foi tão agudo pra mim que eu disse a mim mesmo, 'Porra, isso é muito alto!' E não foi só Geddy que teve momentos difíceis em Hemispheres. O produtor Terry Brown ficou literalmente louco e exausto pelo processo de gravação longo e árduo. "Foi um álbum muito difícil de fazer", diz Alex. "Houve muita tensão e Terry estava perdendo a cabeça. Finalmente ele disse que não poderia mais ouvir aquilo, indo descansar. No final estávamos todos muito desgastados pela experiência".

24 - A primeira reação a 2112 foi tão ruim que o Rush pensou que seria seu fim

O álbum de 1976 definitivamente retrata o avanço da banda, mas na primeira vez em que o tocaram para seu empresário e funcionários da gravadora eles acharam que haviam estragado tudo. "Não gostaram de 2112 quando tocamos para eles", diz Geddy. "Eu me lembro claramente que não foi um bom momento. Nós amávamos o álbum, mas quando tocamos para aqueles caras, parecia que tinha cerca de duas horas de duração. Ray estava pálido. Estávamos suando, não entendíamos por que Caress of Steel havia sido tão mal recebido, portanto tínhamos motivos naquele momento para acreditar que com 2112 não seria diferente. E a resposta da gravadora e do nosso empresário não mostrava otimismo.

25 - 2112 Overture foi gravada em um único take e todo o álbum 2112 foi feito em uma semana

"A maior parte do álbum foi ensaiada no momento que entramos em estúdio", diz Alex. "Nós tocamos Overture nas passagens de som, ainda posso nos ver naquela arena fria que é Sault Ste. Marie, no norte de Ontário. Eu tinha um Amplificador Pignose para ensaios, com Geddy e eu conectados nele trabalhando os arranjos. Overture foi feita em apenas um take, eu e Geddy numa sala e Neil em uma outra com a bateria. Costumávamos gravar assim".

26 - O Punk Rock ajudou o Rush

"Nós nunca gostamos muito de punk", diz Lee. "Mas é engraçado, nós sempre fomos considerados uma espécie de banda de 'prog hard-rock cru', não sofisticados o suficiente para sermos uma banda prog. Tivemos muito do metal em nosso som mas, quando o punk saiu, aquelas bandas soavam tão cruas e tão ineptas que se mostravam como uma espécie de caminho encantador, algo que legitimou nossas capacidades".

27 - The Runaways alegaram que urinaram nos instrumentos do Rush

O grupo de garotas que abriu shows para o Rush em 1977 alegou que em 10 de fevereiro daquele ano sua passagem de som foi negada, e que o Rush ficou ao lado do palco rindo durante seu set. Sua vingança foi uma grosseria, mas a história é uma 'bobagem completa', segundo Geddy.

"Eu me lembro desse show. Tivemos um problema com nosso equipamento, então a passagem de som foi adiada, e elas não tiveram a delas também. Sempre fomos muito gentis com qualquer um que estivesse abrindo pra gente, não fomos preconceituosos com elas porque eram meninas, tudo uma besteira. Eu sei que elas disseram que estávamos rindo delas enquanto tocavam mas, francamente, elas eram uma merda de se ouvir. E agora, 40 anos mais tarde, elas vêm com essa historia sobre aquele dia, quem diria".

Rush e The Runaways
28 - Neil Peart ainda está aprendendo a arte do solo de bateria

"Nos últimos dois anos, eu me concentrei em improvisar mais e construir um solo como se fosse uma música, com movimentos, passagens e dinâmica, e em seguida um clímax - essa foi a sessão Big Band nos últimos anos. Eu vou ao meu pequeno kit de prática todas as noites antes dos shows, e toco meus temas favoritos por uma grande parte do tempo, e alguma coisinha acaba indo para meu solo. Tem sido uma viagem muito interessante pra mim, depois de 45 anos tocando, ser impulsionado a abrir toda essa nova fronteira", finaliza Peart.

29 - O Rush ainda tem problemas para tocar The Spirit of Radio

Geddy admite: "Há sempre duas ou três músicas que tocamos todas as noites, nas quais eu sempre espero que estejamos todos no mesmo tempo quando executamos. The Spirit of Radio é uma delas. Sempre foi e ainda é difícil de tocá-la. Eu sempre prendo a respiração um pouco antes de iniciá-la, e em algumas noites, se algo vai errado, fica completamente errado!"

30 - Após a morte da esposa e filha do Neil Peart, Geddy e Alex não sabiam como ajudá-los

Em Agosto de 1997, a filha de Neil Peart, Selena, de 19 anos, morreu em um acidente de carro. Dez meses depois sua esposa Jacqueline veio a falecer em decorrência do câncer.

Alex: "Foi tão devastador e chocante quando tudo aconteceu, todos nós estávamos em um território desconhecido. Mas eu tinha um amigo que também havia perdido uma filha num acidente de carro, e ele realmente me ajudou. Após a perda, ele trabalhou com diversas famílias que estavam de luto em Ontário, algo que um monte de pessoas fazem. É uma maneira de ajudar, e ele me orientou como dar apoio ao Neil, me dizendo para fazer coisas que eu não estava preparado para fazer. Ele estava certo. Lembro que uma das coisas que ele me disse foi, 'Certifique-se de repetir o nome delas quando você estiver com ele, para que ele possa sentir que pelo menos alguém está se lembrando delas'. E esse era o meu maior medo, que elas seriam esquecidas, e não é algo que você pensa. Você pensa o contrário, não mencioná-las nunca mais".

Geddy: "Nessas situações, você tende a ser cuidadoso demais. Ficamos atordoados, eu não sabia como reagir, Alex - abençoado seja seu coração -, é uma pessoa muito emocional, e ele disse: 'Eu vou lá'. Eu e minha esposa apenas tentamos estar lá para manter um contato constante com o Neil, nós não morávamos longe dele, então fomos e tentamos nos falar e sermos sua companhia. Isso é tudo o que você pode fazer para tentar apoiar, você só pode abraçá-los e chorar com eles"

31 - Alex Lifeson se sentiu marginalizado no Rush durante os anos 80

A paixão que Geddy Lee mantinha pelos sintetizadores começou a dominar o som da banda sutilmente com o álbum Moving Pictures de 1981, se consolidando até Power Windows de 1985 e deixando menos espaço para Alex como guitarrista. E até o final da década, isso bastou pra ele.

Alex: "Não acho que estava chateado, só vi que houve uma mudança no meu papel. Em um primeiro momento eu estava totalmente dentro daquilo. Eu até toquei alguns teclados, e acho que isso foi uma parte muito importante para o som único que o Rush estava procurando. Então pensamos, 'Vamos dar espaço a eles, são a "coisa" nova e soam realmente bem'. Mas a guitarra sofreu com tantas mixagens. Isso sim é o que me incomodava mais do que qualquer coisa. Foi um desafio, lembro estar pensando o que era aquilo tudo, mas eu via um ponto brilhante: sabia que nós estávamos indo em uma nova direção e foi nessa hora que eu pensei em me envolver de fato com esse trabalho, porque tudo ia dar certo no final. Então fiz o que fiz. Eu não tenho nada contra os teclados, só achava que deveríamos preservar o núcleo, uma banda com três partes".

Geddy admite que ele estava alheio aos sentimentos de Alex nesta época.

"Ele teve que repensar tudo", diz ele. "Era algo que eu nunca gostei muito. Estava tão envolvido com os teclados, amando os novos sons, as melodias e a capacidade de tocar e explorar várias coisas novas, um período tão fascinante pra mim que não percebi o quão difícil era pro Alex. Ele não se opôs à direção que estávamos indo, nós não teríamos feito aqueles álbuns se ele estivesse chateado com isso. Não é nosso modo de trabalhar, Alex foi indo com a maré. O momento decisivo foi com Power Windows, o primeiro álbum onde gravamos todos os teclados antes do Alex ter a chance de colocar as guitarras. Então ele teve que descobrir uma maneira para recolocar suas partes, eu acho que foi aí que ele começou a se ressentir com os teclados. Ele fez o seu melhor, um trabalho muito difícil e, em retrospecto, eu entendo completamente".

"Na época, sendo o profissional que é, ele fez o seu melhor, e eu acho que tocou coisas incríveis no Power Windows. Ele superou um desafio. Mas de alguma maneira ele carregou um pouco de ressentimento para si, ele não queria fazer disso um grande negócio, e eu não o culpo por ter batido contra mim em um determinado ponto. Ainda assim, o Power Windows é um dos meu álbuns favoritos do Rush, certamente o álbum mais bem sucedido da era dos teclados. Todo mundo tem seu período favorito da banda, e eu achei ótimo ouvir no documentário "Beyond the Lighted Stage" o Tim Commerford (baixista do Rage Against the Machine) falar mal da era dos teclados, e logo em seguida ouvir Trent Reznor falar em favor deles".

32 - La Villa Strangiato é uma trilha sonora para um filme que não existe

Essa é a descrição de Geddy Lee, sobre a canção instrumental de doze parte que finaliza Hemispheres:

"Nós tivemos esse tipo de sonho de uma cidade imaginária, uma cidade louca. Nos divertimos muito fazendo as partes dessa música, muitas músicas dentro de uma única música. Tentamos obter uma atmosfera sonora que se relacionasse com o nome de cada parte da música. Foi um grande veículo para nós. É uma das músicas mais divertidas que já fizemos juntos, uma pequena grande aventura".

33 - O Rush fez algumas coisas estranhas para que suas músicas soassem boas

Para a faixa título de A Farewell to Kings, a banda empregou uma nova abordagem para obter um efeito estéreo na introdução do violão.

"Isso foi gravado no jardim em Rockfield", diz Geddy. "Queríamos um estéreo real para o violão, então Alex caminhou entre dois microfones para criar a sensação de movimento de um lado para o outro. Mas ele tinha que andar muito devagar. Se ele fizesse muito barulho, era possível ouvir seus pés pisando na grama. Foi uma coisa louca, mas soou ótimo no álbum".

34 - O Produtor do U2 deixou o Rush para trabalhar com o Simple Minds

Em 1983, o Rush decidiu tentar um produtor diferente, depois de fazer nove álbuns com Terry Brown. Para Grace Under Pressure, eles escolheram Steve Lillywhite, que já havia trabalhado com U2, Peter Gabriel e Big Country, mas o perdeu quando Steve resolveu trabalhar no álbum Sparkle in the Rain, do Simple Minds.

Alex: Nós adoramos o que Steve havia feito com o U2, e estávamos realmente ansiosos para ver como ele iria nos fazer pensar e expandir o que já fazíamos. Mas em cima da hora recebemos uma mensagem de que ele não estava mais disponível. Ficamos terrivelmente desapontados, e tivemos muito pouco tempo para encontrar outro produtor. Por fim, ficamos com Peter Henderson, um cara legal mas que, como produtor, deixou um pouco a desejar. Muitas vezes ele dizia, 'Eu não sei o que fazer aqui caras...'. Por isso foi tão difícil fazer esse álbum".

35 - "One hundred and eighty" (cento e oitenta) foi uma vez o slogan do Rush

Enquanto a banda gravava A Farewell to Kings no Rockfield Studios no País de Gales, os integrantes gostavam de relaxar depois de um ensaio de fim da noite assistindo TV, uma com apenas três canais, de programação muito limitada.

Geddy Lee: "Nós assistíamos a Open University (universidade de ensino a distância, fundada e mantida pelo governo do Reino Unido). Não sei se estávamos entediados ou desesperados por entretenimento. Era isso ou uma reapresentação de uma competição de dardos. Por fim, estávamos todos assistindo o campeonato e gritando 'cento e oitenta!'.

36 - Às vezes uma bateria eletrônica é melhor que o Neil Peart

Geddy: "Quando eu e Alex estamos compondo, usamos uma bateria eletrônica, e uma bateria eletrônica é muito melhor que o Neil Peart em caso de precisarmos de instruções. Você pode programar uma bateria eletrônica, mas não pode programar um baterista de verdade. Bateristas são engraçados assim!

37 - Vapor Trails é o álbum do Rush que o Rush não pode ouvir

Lançado em 2002, o álbum representou o retorno da banda e de Peart em particular. Mas eles nunca estiveram felizes com seu som cru. E 11 anos depois, eles estão pensando em remixá-lo.

Alex: "Esse álbum nos tomou 15 meses para ser feito, muito, muito tempo. Queríamos manter a essência da emoção 'crua' que estávamos sentido naquele momento. Há trechos que estão muito bagunçados e distorcidos, e a longo prazo isso meio que nos incomodou".

Geddy: "Um dia vamos fazer uma remixagem adequada desse álbum e relançá-lo. Eu estava conversando com o Neil sobre isso, e ele me disse que é difícil pra ele ouvir o álbum por razões óbvias. Ao ouvi-lo agora, ele sente como se estivesse tocando irritado e confuso, é o que ele ouve. O que eu ouço é uma espécie pura de emoção e paixão. Tivemos um enorme desejo que essas músicas trouxessem um efeito contundente, mas acho que poderia ter soado um pouco melhor".

38 - Um dos maiores sucessos do Rush foi inspirado em sua estação de rádio favorita, a CFNY. Seu slogan: The Spirit of Radio

Geddy: "A CFNY me faz lembrar quando as rádios FM começaram nos Estados Unidos e no Canadá. Você tinha seu DJ favorito e ele não tinha nenhuma playlist, então ele te mostrava músicas novas o tempo inteiro, e que foi uma das coisas que nos motivaram a nos tornarmos músicos, algo muito importante. E era um constaste com o que estava acontecendo no início da década de 1980, com o início das programações nas rádios, 50 estações em todo o país. É um pouco deprimente pensar nisso. Nossa canção foi um lamento por um tempo melhor".

39 - Alex Lifeson é o herói anônimo do Rush

Neil Peart é frequentemente descrito como o maior baterista vivo do rock, Geddy é reverenciado como um virtuoso baixista, mas Lifeson continua sendo um guitarrista muito subestimado.

Alex: "Isso nunca me incomodou, Neil é realmente o melhor baterista! E o Geddy é um baixista incrível mas, pra mim, é melhor ser uma parte importante nessa união do que ser um destaque. Em termos de unidade musical, sempre pensei que alguém tem que se manter no chão. Neil e Geddy são muito ativos, e particularmente nos primeiros dias eles estavam em todos os lugares, o que me forçou a pensar em termos de um guitarrista base, como Pete Townshend. Tocando com Neil e Geddy eu desenvolvi um estilo que era tão amplo quanto eu poderia conseguir, e está diretamente relacionado em como obter o maior som de uma banda de três peças".

40 - Por 30 anos, Geddy não suportava ouvir certa música do Rush

Geddy sempre sentiu que The Camera Eye foi um erro. Mas quando o Rush decidiu tocar Moving Pictures na íntegra, ele aprendeu a amar a música.

"Isso expulsou alguns demônios de mim", diz ele. "Resisti a ela por anos, me parecia tão derivada, algo como um canção aspirante a Genesis, não tinha nada de legítimo pra mim. Mas quando a tocamos ao vivo novamente foi divertido. Às vezes é bom ter essas músicas de 10 minutos no set, parece que você tem uma montanha para escalar"

41 - Neil Peart não tocou bateria por três anos

Em 98, ele disse a Geddy e Alex que estava se aposentando.

Alex lembra: "Ele passou de um cara que tocava bateria todos os dias, exceto no Natal e no Ano Novo, para ser alguém que largou o instrumento por três anos". Mas depois que Neil se casou novamente em 2000, foi com sua atual esposa, Carrie Nutall, que ele teve o incentivo de voltar a tocar novamente. "Ela nunca tinha ouvido falar sobre a banda, mas disse, 'Neil se você é tão bom quanto todo mundo diz que você é, você não acha que deva continuar a fazê-lo?' Eu acho que ela estava certa".

42 - Neil Peart quis tocar bateria para Roger Waters em 1990

Mas apenas para um show.

Neil: "Me lembro de ouvir dizer que Roger estava planejando tocar o álbum The Wall em Berlim, e também ouvi dizer que ele estava procurando artistas internacionais para isso, então eu escrevi pra ele. Disse que adoraria fazer parte daquilo, mas já era tarde demais, infelizmente".

43 - Às vezes o Rush esquece como ser o Rush

Então essa ajuda ficou nas mãos do produtor Nick Raskulinecz, que é um fã da velha guarda da banda. Raskulinecz foi trabalhar com eles em 2007, no álbum Snakes & Arrows, e no mais recente, Clockwork Angels.

Alex: "O entusiasmo de Nick tem sido muito edificante para nós, ele continua tentando nos lembrar do ideal que construímos, o que realmente mudou desde quando ele se tornou um fã. Ele sente que são essas características duradouras do Rush, e que não devemos esquecê-las. Ele sempre nos diz: 'Lembre-se sempre de onde vocês vieram, porque vocês às vezes se ocupam tentando ser algo a mais, algo novo, e acabam se esquecendo do que vocês foram ou o que são em primeiro lugar. Às vezes é difícil saber como vocês deveriam soar".

44 - Neil é um pateta

Geddy explica: "Meus amigos vêm no camarim e eu os convido para jantar conosco, eles vão receosos dizendo que têm medo de irritar o Neil. E eu tenho que explicá-los que o Neil é tão pateta quanto a gente".

45 - Depois de 45 anos, o Rush ainda gosta de um desafio

Na tour Clockwork Angels, eles estão tocando uma hora do material novo, acompanhados de um mini orquestra de cordas.

Alex: "Você tem que estar de pé pra tocar uma hora de material novo, porque é difícil. Nenhuma banda de nossa época faz isso. Mas as novas músicas soam bem ao vivo. E a orquestra acrescentou outra dimensão a elas".

Geddy: "Os músicos da orquestra de cordas não são apenas brilhantes, são pessoas incríveis e o Neil está adorando tocar com eles. Nunca vi o Neil tão feliz em uma tour na minha vida..."

Agradecimentos especiais à colaboração de Leo Skinner