TERRY BROWN FALA SOBRE O SEU ÚLTIMO ÁLBUM COM O RUSH



02 DE OUTUBRO DE 2016 | POR VAGNER CRUZ

O site TeamRock.com, divisão da revista britânica Classic Rock, publicou recentemente uma pequena matéria escrita pelo lendário produtor canadense Terry Brown, que esteve com o Rush em todos os álbuns produzidos na década de 1970 - além do grande sucesso Moving Pictures (1981) e Signals (1982). Por sua importância, Brown era considerado o quarto integrante do grupo.

Signals foi o último capítulo dessa longa relação. Trazendo uma utilização bastante pesada de sintetizadores, essa característica se consolidaria como uma marca registrada do grupo ao longo de toda a década de 1980. Brown, declaradamente, não se sentia atraído com a tendência ao aparato eletrônico, acreditando ainda na fórmula do antigo Rush. Nesse texto, ele abre o coração sobre esse período crucial vivido com Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart. Acompanhem a tradução completa, exclusiva para o Rush Fã-Clube Brasil.

A ASCENÇÃO DOS HOMENS DO NOVO MUNDO
O produtor Terry Brown fala sobre o seu último álbum com o Rush e como, após a mudança significativa de estilo, eles não soavam mais como a banda que ele conhecia.


Classic Rock - 10 de setembro de 2016
Por Terry Brown | Tradução: Vagner Cruz

Eu não sabia que esse seria o meu último álbum com a banda. Estava um pouco preocupado com o rumo que eles estavam tomando.

A coisa mais orientada pelos teclados foi se tornando cada vez mais o foco do grupo, e fazer as guitarras trabalharem juntas com esses teclados maciços era mais que um desafio.

Havia um certo grau de pressão vindo do álbum Moving Pictures [que se tornou o mais vendido do Rush até então]. Mas eu sempre me senti muito confiante com o Rush. Eles sempre tinham algo novo para colocar na mesa. Já havíamos feito muitas coisas na pré-produção de Signals - assim, todos nós sabíamos para onde as melodias estavam indo. De fato, eu não tinha problemas com elas.

Será que Alex se lamentava sobre a ausência de guitarras no álbum? Não naquele momento. Estávamos trabalhando com algo que já havíamos estabelecido. Não houve conversas como essa no estúdio porque sabíamos o que estávamos fazendo com as guitarras no âmbito das canções. Era o caso de você saber o que deveria fazer e ficar naquilo. Nunca senti que havia problemas com o som enquanto gravávamos o disco.

Foi um processo bem diferente em Fly By Night. Mas já faziam sete anos desde então - todos haviam crescido e eram pessoas completamente diferentes, e estávamos vindo do nosso maior sucesso. Com Fly By Night buscávamos ganhar terreno, e com Signals precisávamos chegar num grande disco.

Uma das razões que me levaram a não trabalhar com eles depois desse álbum foi que eu sentia que o som estava mudando de forma significativa. Além disso, Neil estava mergulhando no kit de bateria eletrônica também. Acho que eu tinha a preocupação de que aquele não era mais o Rush. Embora, claro, "New World Man" tenha dado a eles o maior hit nas paradas já conseguido. Signals abriu o caminho para a forma que a carreira do Rush se desenvolveria ao longo da década de 1980. Dessa forma, eu estava errado.

Acredito que Signals foi grande. Eu estava um pouco preocupado com o aspecto reggae dele. Era uma curva à esquerda para a banda. Mas ei - você não pode estar certo o tempo todo.

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