ALEX     GEDDY   NEIL

ALEX LIFESON

EXÍMIO GUITARRISTA. EMPRESÁRIO. PILOTO DE AVIÕES. PINTOR. JOGADOR DE GOLFE.

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Aleksandar Živojinović, mais conhecido por seu nome artístico Alex Lifeson, nasceu em 27 de agosto de 1953. No verão de 1968, ele co-fundou a banda que se tornaria o Rush. Os outros cofundadores foram o baterista e amigo John Rutsey, o baixista e vocalista Jeff Jones e seu sucessor, Geddy Lee, que chegaria no mês seguinte. Desde então, Lifeson é integrante do famoso power-trio canadense.

No Rush, ele toca guitarra e violão assim como outros instrumentos de cordas, como mandola, bandolim e bouzouki. Ele também realiza backing vocals ocasionais em apresentações ao vivo e, ocasionalmente, toca teclados e pedais sintetizadores. Da mesma forma que seus companheiros de banda, Lifeson dispara samplers em tempo real enquanto utiliza sua guitarra.

A maior parte do trabalho produzido por Lifeson durante a carreira foi com o Rush, embora também tenha contribuído para vários projetos externos. Além da música, ele é coproprietário de um bar e restaurante em Toronto chamado The Orbit Room, é pintor e piloto de aviões licenciado.

Juntamente com Geddy Lee e Neil Peart, Lifeson foi condecorado com a Ordem do Canadá em 9 de maio de 1996. O Rush foi o primeiro grupo de rock a alcançar a mais alta honra do país.

O guitarrista é considerado o cientista da banda, pois busca constantemente sonoridades diferentes para expressar sua musicalidade. Extremamente versátil, Alex é competente em riffs, solos e texturas, caracterizando-se por apresentar uma distribuição precisa sobre os tempos e um trabalho rítmico muito elaborado. Junto com Geddy, compõe as músicas do power trio. Apesar de ter sido influenciado por grandes guitarristas, como Jimi Hendrix, Pete Townshend, Jeff Beck, Eric Clapton e Jimmy Page, um dos maiores méritos de Alex foi ter criado um estilo próprio, um misto de virtuosismo e comedimento de acordo com as circunstâncias. Sua forma de tocar é extremamente importante para completar a sonoridade da banda, sem gerar conflitos entre os instrumentos. Ainda sobre seu desempenho e a maneira que se enquadra no Rush, Lifeson declarou para a revista brasileira Cover Guitarra, que prioriza a originalidade em suas composições: "sempre procuro fazer algo que soe diferente do usual, que fuja do lugar-comum. Não quero ser o cara mais rápido da vizinhança e nem me importo com isso".

Lifeson foi eleito o 3º de 100 dos maiores guitarristas escolhidos pelos leitores da revista norte-americana Guitar World.

BIOGRAFIA

PRIMEIROS ANOS

Lifeson nasceu em Fernie, Columbia Britânica, no Canadá. Filho dos imigrantes sérvios Nenad e Melanija Zivojinovich, ele cresceu em Toronto, Ontário. Assumiu seu nome artístico como uma tradução semi-literal de Zivojinovich, que significaria 'Filho da Vida' em sérvio. Seu primeiro contato com a música veio com uma viola, a qual renunciou pela guitarra aos 12 anos de idade. Seu primeiro violão foi um presente de natal de seu pai, um Kent clássico de seis cordas, que mais tarde foi substituído por uma guitarra japonesa. Durante a adolescência, ele foi influenciado principalmente por Jimi Hendrix, Pete Townshend, Jeff Beck, Eric Clapton, Jimmy Page, Steve Hackett e Allan Holdsworth, declarando em 2011 que "os solos de Clapton pareciam um pouco mais fáceis e acessíveis. Lembro de estar sentado em frente à minha vitrola, colocando a agulha justamente no solo de 'Spoonful'. Mas não havia nada que eu pudesse fazer com Hendrix".

Em 1963, Alex conheceu na escola aquele que seria o primeiro baterista do Rush, John Rutsey. Ambos eram interessados em música, e decidiram juntos formar uma banda. Lifeson é um guitarrista autodidata, tendo recebido aulas de violão clássico como única instrução formal vindas de um outro amigo do colégio, durante aproximadamente um ano e meio.

Em 2008, ele lembrou o que lhe inspirou a tocar guitarra:

"Meu cunhado tocava violão flamenco. Ele me emprestou o instrumento e comecei a gostar. Quando você é um garoto, não quer tocar um acordeão por achar muito chato. Mas seus pais insistem com isso, especialmente se você é de uma família iugoslava como eu".

A primeira namorada de Lifeson, Charlene, deu a luz a seu filho mais velho, Justin, em outubro de 1970. Eles se casaram em 1975. O segundo filho, Adrian, nasceu dois anos depois. Adrian também trabalha com música, tendo inclusive participado de duas faixas do álbum solo do pai, Victor, de 1996.

RUSH

O vizinho de Lifeson, John Rutsey, começou a treinar em um kit de bateria alugado. No início de 1968, os garotos formaram a banda The Projection, que acabou se tornando o Rush após a chegada do baixista e vocalista original, Jeff Jones. Geddy Lee, um amigo de escola de Lifeson, assumiu esse papel logo depois.

Instrumentalmente, Lifeson é considerado um guitarrista cujas forças e notabilidade se baseiam principalmente em riffs inconfundíveis, efeitos eletrônicos de processamento, estruturas de acordes pouco ortodoxas e um arsenal abundante de equipamentos utilizados ao longo dos anos.

O Rush esteve em um longo hiato após 1997 devido às tragédias pessoais na vida de Neil Peart, e Lifeson não tocou guitarra durante um ano inteiro após tais acontecimentos. No entanto, após alguns trabalhos em seu estúdio caseiro e vários projetos paralelos, ele retornou com o Rush começando a gravar um novo álbum em 2002, Vapor Trails. Esse trabalho foi o primeiro da banda totalmente isento de teclados desde os anos de 1970, onde Lifeson utilizou mais de cinquenta guitarras diferentes, o que foi chamado pela revista Guitar Player de 'seu trabalho mais raivoso e experimental de todos os tempos'. Geddy Lee foi receptivo em deixar os teclados devido à constante preocupação de Lifeson sobre seu uso. Sua abordagem na guitarra para o álbum evitou riffs e solos tradicionais, em prol de uma "sonoridade e harmonia de qualidade".

VICTOR

Mesmo com a maior parte de sua obra concentrada no Rush, Lifeson lançou seu álbum solo, Victor, em 1996. Victor surgiu como um trabalho autointitulado, ou seja, o nome é atribuído ao álbum e ao artista, decisão totalmente intencional como uma alternativa à emissão explícita do nome do guitarrista. A faixa-título vem do poema 'Victor', de W.H. Auden. Seu filho Adrian e sua esposa Charlene também contribuíram com o álbum. No fim da década de 1990, ocorreram rumores de que o projeto seguiria e que contaria com os vocais de Sarah McLachlan, mas provavelmente caiu devido a falta de apoio da Atlantic para o primeiro trabalho.

PROJETOS PARALELOS

Lifeson contribuiu instrumentalmente com vários trabalhos fora do Rush. Em 1985, ele fez uma aparição no álbum 'Alien Shores', da banda canadense Platinum Blonde, tocando os solos das canções 'Crying Over You' e 'Holy Water'. Mais tarde, em 1990, ele apareceu tocando guitarra no álbum 'Lost Brotherhood', do músico escocês erradicado no Canadá Lawrence Gowan. Em 1995, foi convidado para duas faixas do álbum 'Ragged Ass Road', do canadense Tom Cochrane, e logo após, em 1996, para a canção 'Like a Girl', faixa dois do álbum 'Scenery and Fish', da banda de rock alternativo I Mother Earth. Em 2006, Lifeson fundou a The Big Dirty Band, criada com o propósito de fornecer a trilha sonora para o filme do Trailer Park Boys.

Lifeson chegou a fazer jams regulares com a banda da casa em seu bar Orbit Room, The Dexters, entre 1994 e 2004. Em 2007, fez uma aparição no álbum 'Fear of a Blank Planet', da banda britânica de rock progressivo Porcupine Tree, contribuindo com um solo durante a canção 'Anesthetize'. Em 2008, apareceu no álbum 'Fly Paper', da banda progressiva Tiles de Detroit, tocando na canção 'Sacred and Mundane'. Ainda fora da banda, ele compôs o tema da primeira temporada da série de TV de ficção científica Andromeda, além de produzir três canções do álbum 'Away from the Sun', da banda norte-americana 3 Doors Down.

Em 2012, Alex participou da faixa 'Losin', do álbum 'All Is More Than Both', do músico canadense Jason Plumb. Em 2013, ele esteve na canção 'Once A Warrior', terceira faixa do álbum 'Disconnect', trabalho do músico norte-americano John Wesley, guitarrista de apoio em turnês da banda Porcupine Tree.

APARIÇÕES EM TELEVISÃO E FILMES

Lifeson fez sua estreia no cinema no documentário canadense Come on Children, de 1972. Em um episódio da série cômica canadense Trailer Park Boys, intitulado 'Closer to the Heart', interpretou uma versão fictícia dele próprio. Na história, o músico é sequestrado pelos protagonistas por não liberar ingressos grátis para um show do Rush. No final, Alex se reconcilia com os caras fazendo um dueto de Closer to the Heart com o personagem Bubbles. Em 2006 foi a vez de aparecer no filme da série, Trailer Park Boys: The Movie, como um guarda de trânsito na cena de abertura, e em 2009 esteve também na sequencia, dessa vez como um policial disfarçado de mulher.

Em 2008, Alex Lifeson e o Rush foram entrevistados pelo programa The Colbert Report e em 2009, apareceram como eles próprios na comédia 'Eu Te Amo, Cara'.

EQUIPAMENTOS - GUITARRA

No começo da carreira com o Rush, Lifeson utilizou uma Gibson ES-225 para sua primeira turnê, e em 1976 comprou uma 1974 Gibson Les Paul. Ele fez uso dessas duas guitarras até o final dos anos de 1970. Havia tambem uma Fender Stratocaster com um captador Bill Lawrence e uma ponte vibrato Floyd Rose como backup, que lhe davam "um som diferente". Para as sessões de A Farewell To Kings, Lifeson começou a utilizar uma Gibson EDS-1275 para canções como Xanadu, e sua guitarra principal acabou se tornando uma Gibson ES-355 branca. Utilizou um violão Gibson B-45 de doze cordas em canções como Closer To The Heart e A Farewell to Kings. Durante esse período, fez uso de amplificadores Hiwatt.

De 1980 a 1986, ele utilizou quatro Stratocasters identicamente modificadas, todas equipadas com alavancas Floyd Rose. Como um trocadilho, ele apelidou as mesmas de Hentor Sportscasters - termo inspirado no nome do produtor do álbum Grace Under Pressure, Peter Henderson. Utilizou também uma Gibson Howard Roberts Fusion.

Em 1987, começou a utilizar as candenses Signature que, enquanto "eram terríveis para tocar - muito desconfortáveis, tinham um som especial que eu gostava".

Em 1990, durante a segunda metade da Presto Tour, Lifeson trabalhou principalmente guitarras PRS, as mesmas presentes nas gravações do álbum Roll The Bones em 1990 / 1991. Ele continuaria utilizando essas nos próximos dezesseis anos, inclusive gravando o álbum Counterparts e saindo em turnê, assim como em Test For Echo, Vapor Trails e R30.

Nos últimos anos, como ele mesmo disse, "tenho usado a Gibson quase que exclusivamente. Não há nada como ter uma Les Paul com as trastes rebaixadas no ombro". No início de 2011, a Gibson apresentou sua 'Alex Lifeson Axcess', uma Les Paul especialmente projetada para ele. Esses modelos trazem originalmente os sistemas Floyd Rose. Ele mencionou que o projeto levou dois anos perseguindo a guitarra perfeita, e estão disponíveis para compra nas cores marrom viceroy e carmesim. Fez uso intenso dos dois modelos personalizados na Time Machine Tour e, para a turnê Clockwork Angels, a empresa lançou um modelo na cor preta, que se tornou a principal durante boa parte do show. Para as partes acústicas, ele tocou com uma de suas Axcess com pick-ups piezo, não trazendo violões em toda apresentação.

Em 2005, a Hughes & Kettner lançou um amplificador com sua assinatura (Hughes Kettner Alex Lifeson Signature Triamp). O guitarrista doa todos os royalties das vendas desses modelos para a UNICEF. Em 2012, ele deixou seu Hughes & Kettner em favor do Omega Silver Jubilee e Mesa / Boogie Mark V, porém utilizando ainda o cabeçote Hughes & Kettner Coreblade.

Para efeitos, Lifeson é conhecido por utilizar chorus, mudanças de fases e flanging. Ao longo da carreira, ele trouxe pedais famosos como o Electro-Harmonix Electric Mistress, o BOSS CE-1, o wah-wah Dunlop Cry Baby, entre outros. Atualmente tem utilizado o Axe-Fx II da Fractal Audio Systems como o processador de guitarra principal em shows do Rush.

Recentemente Lifeson preparou um violão signature com a Paul Reed Smith. O mesmo está disponível para encomendas em estoque privado.

OUTROS INSTRUMENTOS

Além dos instrumentos tradicionais de cordas como violões e guitarras, Alex também utilizou mandolas, bandolins e bouzouki nos álbuns de estúdio mais recentes da banda, incluindo Test For Echo, Vapor Trails e Snakes & Arrows. Durante as performances ao vivo, ele utiliza controladores MIDI, esses que permitem o acionamento de samplers digitais com os pés sem tirar as mãos de sua guitarra (antes disso, ele utilizava pedais de baixo Moog Taurus, que foram substituídos pelos Korg MIDI na década de 1980). Lifeson e seus companheiros de banda sempre compartilharam o desejo de representar precisamente as canções ao vivo. Com esse objetivo, no início dos anos de 1980 a banda equipou suas performances com um vasto rack de samplers. Eles utilizam esses elementos em tempo real, recriando os sons de instrumentos não-tradicionais, acompanhamentos, harmonias vocais e outros 'eventos' que são familiarmente percebidos nas versões de estúdio. Nas apresentações, os integrantes realizam tarefas durante a grande maioria das canções, com cada um deles desencadeando certos sons com seus elementos adicionais disponibilizados, enquanto acionam seus instrumentos principais.


PREMIAÇÕES

  • 'Best Rock Talent' (Melhor Talento do Rock) para a revista norte-americana Guitar for the Practicing Musician em 1983
  • 'Best Rock Guitarist' (Melhor Guitarrista do Rock) para a revista norte-americana Guitar Player em 1984 e 2008
  • Segundo lugar como 'Best Rock Guitarist' (Melhor Guitarrista do Rock) para a revista norte-americana Guitar Player em 1982, 1983, 1985 e 1986
  • Entrou para o Hall of Fame da revista norte-americana Guitar for the Practicing Musician em 1991
  • 1996 – Comendador da Ordem do Canadá (a mais alta condecoração civil dentro do sistema de honras do país) ao lado de seus companheiros Geddy Lee e Neil Peart
  • 'Best Article' (Melhor Artigo): 'Different Strings' para a revista norte-americana Guitar Player (edição de setembro de 2007)
  • 'Most Ferociously Brilliant Guitar Album' (A Mais Ferozmente Brilhante Guitarra em um Álbum) com Snakes & Arrows para a revista norte-americana Guitar Player em maio de 2008
  • 2013 – Com o Rush, passou a integrar o Rock and Roll Hall of Fame