ALEX     GEDDY     NEIL

GEDDY LEE

BAIXISTA, VOCALISTA E TECLADISTA. APAIXONADO POR BEISEBOL E VINHOS.

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Gary Lee Weinrib nasceu em Willowdale, uma comunidade localizada na cidade de Toronto, Canadá, no dia 29 de julho de 1953. Filho de Morris e Mary Weinrib (seu nome de batismo é Manya Rubenstein), ganhou o apelido 'Geddy' de um colega aos 12 anos, após este observar o forte sotaque polonês de sua mãe ao chamá-lo. Geddy acabou adotando o apelido e, mais tarde, passou a utilizá-lo como seu nome artístico.

Os pais de Geddy eram judeus poloneses refugiados, sobreviventes dos campos de concentração Dachau e Bergen-Belsen da Segunda Guerra Mundial. Em 2009, Geddy falou sobre suas raízes numa entrevista para a revista norte-americana Blender, "As duas coisas mais canadenses que tenho são minha voz suave e minha palidez, e as duas mais judaicas são meu nariz e meu senso de humor. Sou um tipo de judeu ateu: acho linda a beleza racial do judaísmo, mas não creio que necessariamente ser judeu tem haver com fé em Deus. A única vez que rezei foi numa quadra de tênis".

Em 1976 Lee se casou com Nancy Young. O casal tam dois filhos, Julian e Kyla. Ao lado de seus companheiros de banda, Geddy recebeu em 9 de maio de 1996 a medalha da Ordem do Canadá, a mais alta condecoração civil dentro do sistema de honras do país. O trio foi a primeira banda de rock a conseguir esse feito.

CARREIRA

A pedido de seu amigo de infância Alex Lifeson, Lee se juntou ao que seria o Rush em setembro de 1968, substituindo o baixista original e vocalista Jeff Jones. Os dois construiram a grande maioria das músicas do Rush, enquanto Neil Peart, tradicionalmente, se encarregava das letras. Como vocalista, Lee caracteriza-se pelo seu timbre peculiar que permeou do tenor surpreendentemente elevado (característico nos primeiros discos da banda) à postura com tons mais graves em trabalhos a partir do álbum Permanent Waves, de 1980. Segundo o próprio músico, ele sempre busca uma dieta bastante rigorosa, a fim de acomodar suas demandas vocais nas canções antes e durante as turnês. Ele evita produtos lácteos, algumas especiarias e alimentos altamente ácidos, como vinagres e vinhos brancos.

Como baixista, é considerado por muitos como um dos maiores relacionados ao instrumento. Isso porque Geddy não toca simplesmente, ele praticamente sola o tempo inteiro. Para muitos, a genialidade de Dirk (como é chamado por seus companheiros de banda) é facilmente notada pelo fato de tocar de forma tão especial ao mesmo tempo em que canta. Geddy tem uma incrível coordenação para destilar passagens sofisticadíssimas do baixo enquanto fixa seus olhos fixos no horizonte, entoando as letras das canções. E ainda, muitas vezes, comanda teclados com as mãos e com os pés. Tamanha competência lhe rendeu um trocadilho no meio musical: 'God' Lee.

Geddy cita como suas principais influências os baixistas John Entwistle, Chris Squire, Jack Bruce, Greg Lake e Paul McCartney, entre outros. Enquanto a grande maioria dos músicos no rock utiliza o baixo apenas para 'fazer a marcação', o canadense imprime um estilo repleto de técnica e contrapontos que tornam o instrumento vivo, com linhas sempre cheias e pulsantes. Dessa forma, ele acaba adicionando um contorno ainda mais peculiar ao complexo som do Rush. Sua performance virtuosa encaixou perfeitamente com o 'estilo Neil Peart' de tocar bateria, sempre repleto de velocidade e contratempos. Com várias premiações ao longo da carreira, sua técnica e habilidade inspiraram muitos outros músicos como Cliff Burton do Metallica, Steve Harris do Iron Maiden, John Myung do Dream Theater e Les Claypool do Primus.

EQUIPAMENTOS

BAIXOS

Ao longo dos anos, Geddy Lee utilizou baixos de várias marcas e modelos diferentes. Entre os iniciais estão o Fender Precision, o 1972 Fender Jazz Bass (adquirido no começo da década de 1970 em uma loja de penhores em Kalamazoo, Michigan), o Fender 'Teardrop' Bass (um Precision original com o corpo modificado em forma de lágrima, pintado em tom azul água e com um captador adicional, este que pode ser visto no vídeo da canção Limelight e em filmagens antigas da turnê All The World's a Stage, abandonado por problemas na ponte), o Rickenbacker 4001 branco de escudo preto, que foi dado de presente a Alex Lifeson em 1977 e que pode ser visto nos vídeos promocionais de Fly By Night e Anthem), o clássico e marcante Rickenbacker 4001 preto de escudo branco (que o acompanhou durante vários trabalhos com o Rush) e o Rickenbacker 4080 doubleneck preto com escudo azul-escuro (baixo na metade superior e guitarra na metade inferior, utilizado em vídeos para Xanadu, do álbum A Farewell To Kings, e também na performance ao vivo Exit... Stage Left).

Durante parte da turnê do álbum Signals (1982) até 1984, Geddy passou a utilizar um Steinberger Série L (headless - sem cabeça). Suas tarraxas situavam-se na ponte do instrumento, este que era feito de fibra de carbono, trastes em aço inox e barra tensora de titânio, o que diminuía bastante o peso. Por ter um design minimalista (parecendo um pequeno retângulo que se restringia à largura do braço e dos comandos), facilitava a performance nos palcos, pois Geddy precisava lidar também com vários teclados e sintetizadores utilizados nas músicas. Esse baixo pode ser visto no DVD ao vivo Grace Under Pressure Tour, além do vídeo promocional para a canção Distant Early Warning. Já nos clipes de The Enemy Within e The Body Electric, Geddy aparece tocando novamente o Rickenbacker 4001 preto de escudo branco, surgindo novamente com o Steinberger em Mystic Rhythms (de Power Windows, 1985), momento em que já utilizava em shows o arrojado Wal preto. Os baixos Wal, concebidos por Pete Stevens (1946 - 2011), sempre foram conhecidos por seu requinte de fabricação, utilizando somente madeiras nobres como mogno, sequoia, carvalho, entre outras, sem contar as sofisticadíssimas aparelhagens eletrônicas e os acabamentos folheados a ouro. Lee usou o Wal até 1990 em seus shows, podendo ser observado em vídeos como The Big Money (Power Windows), Time Stand Still e Lock And Key (de Hold Your Fire, 1987) e nos clipes The Pass e Superconductor (de Presto, 1989), além do show A Show Of Hands, também de 1989.

Geddy utilizou um Wal na cor vermelha no clipe de Roll The Bones (1991), voltando a utilizá-lo somente em alguns shows na época. Desde 1993 o músico tem tocado quase que exclusivamente com o Fender Jazz preto com escudo branco, sendo o seu preferido desde então. Ele pode ser visto nos vídeos para Limelight e Vital Signs (de Moving Pictures, 1981) e Show Don't Tell (de Presto, 1989). Outras poucas versões com combinações de cores diferentes surgiram, como o azul-marinho de escudo marrom madrepérola que pode ser observado no vídeo ao vivo Rush in Rio, de 2003, durante a canção Driven.

Geddy Lee é um artista 'Signature' da Fender, essa que lançou, em 1998, o modelo 'Fender Jazz Bass Geddy Lee' como parte de sua linha de baixos assinados. Outro fato interessante é que o músico possui todos os baixos com os quais já tocou ao longo da carreira, exceto o Rickenbacker 4001 branco de escudo preto que, como mencionamos anteriormente, foi dado de presente a Alex Lifeson em 1977.

TECLADOS

Em sua história, Lee fez uso da marca Oberheim (Eight-voice, OB-1, OB-X e OB-Xa), PPG (Wave 2.2 e 2.3), Roland (Jupiter 8, D-50, XV-5080 e um Fantom X7 na Snakes & Arrows Tour), Moog (Minimoog, Taurus bass pedals e Moog Little Phatty) e Yamaha (DX7 e Yamaha KX76), além de sequenciadores e samplers. Com o álbum Counterparts (1993), o Rush diminuiu bastante a utilização desses instrumentos em suas composições, postura que continuou inclusive nos trabalhos posteriores. Em 2002, a banda produziu Vapor Trails, que era totalmente isento de teclados, e em 2007 Snakes & Arrows, no qual Geddy adicionou moderadamente um Mellotron e bass pedals.

INTERESSES PESSOAIS

Geddy é um ávido colecionador de vinhos, possuindo uma adega com cerca de 5000 garrafas. Realiza viagens anuais para a França devido seu interesse por essa bebida e por queijos. Em 2011, uma fundação de caridade que apoia, Grapes for Humanity, criou a 'Bolsa Geddy Lee', especial para estudantes de vinificação do Niagara College no Canadá. Ele também é um grande fã de beisebol, torcedor da equipe do Toronto Blue Jays. Coleciona muitos materiais antigos relacionados ao esporte, e já foi flagrado várias vezes em meio ao público dos estádios, assistindo partidas do se time. Participou inclusive de programas esportivos na TV, e também do comercial do Fantasy Baseball da ESPN em 2007, além de ter feito o primeiro lançamento cerimonial no jogo de estreia dos Blue Jays na temporada 2013. Em 2008, Geddy doou toda a sua coleção com cerca de 200 bolas de beisebol autografadas da antiga Liga Negra de beisebol (ligas profissionais americanas que eram reservadas aos afro-americanos no fim do século XIX até 1948) ao Negro Leagues Baseball Museum em Kansas City, Missouri.

Outros de seus hobbies incluem caminhadas, uma colação de monóculos, ciclismo de longa distância, tênis, coleções de arte, golfe e viagens.

TRABALHOS

A maior parte da obra de Lee concentra-se no Rush. No entanto, ele também se envolveu com outros trabalhos fora da banda, através de participações e produções. Em 1981, foi convidado para integrar a canção 'Take Off', lançada no disco 'Great White North' dos personagens Bob & Doug McKenzie (interpretados por Rick Moranis e Dave Thomas, respectivamente). No ano seguinte, produziu o álbum de estreia (e único) da banda new wave canadense Boys Brigade. Em 1985, Lee cantou como convidado no single 'Tears Are Not Enough', que reuniu vários artistas canadenses e que integrou o disco 'We are the World', famoso projeto norte-americano de ajuda à África. Em 1999, uma versão de 'O Canada', hino nacional do seu país natal, foi gravada por ele e Alex Lifeson para a trilha sonora do filme 'South Park: Bigger, Longer, and Uncut' de Trey Parker e Matt Stone. Nesse mesmo ano, gravou o baixo da canção 'Good For Sule', faixa do álbum 'Blue Green Orange' da banda de rock alternativo I Mother Earth.

Em 2000, durante o hiato do Rush devido às tragédias pessoais de Neil Peart, Geddy lançava seu primeiro projeto solo, o disco 'My Favorite Headache', onde deixava de lado seu virtuosismo e enveredava por estradas mais melódicas. Neste trabalho é possível notar que seu som ficou mais 'acessível'. Na época de lançamento, o músico declarou que buscava uma outra forma de expressão, "não precisando subir e descer escalas em alta velocidade". Em 2006, Geddy fez uma participação no vídeo para o single 'Fire Eye'd Boy', da banda indie canadense Broken Social Scene, onde julgava os integrantes enquanto realizavam algumas tarefas musicais. Também em 2006, ele se juntou ao super grupo Big Dirty Band para gravar as canções que integram o filme do Trailer Park Boys. Foi entrevistado nos documentários 'Metal: A Headbangers Journey' e 'Rush: Beyond the Lighted Stage', tento participado também de vários episódios da série Metal Evolution, do canal VH1. Já com seus companheiros de banda, tocou baixo e cantou na canção 'Battle Scar' da banda Max Webster, faixa que saiu no álbum 'Universal Juveniles', em 1980, e em 2013, fez uma pequena aparição como ele mesmo no episódio 'P.S. I Love You', da oitava temporada da série How I Met Your Mother.


PREMIAÇÕES

  • Integra o Bass Hall of Fame (Hall da Fama do Baixo) da revista norte-americana Guitar Player
  • Seis vezes vencedor da categoria 'Best Rock Bass' (melhor baixo do rock) da revista norte-americana Guitar Player
  • 1993 – 'Best Rock Bass Player' (Melhor Baixista do Rock) para os leitores da revista norte-americana Bass Player
  • 1994 – Com o Rush, entrou para o Juno Hall of Fame (prêmio concedido anualmente pela Academia Canadense de Artes e Ciências Fonográficas)
  • 1996 – Comendador da Ordem do Canadá (a mais alta condecoração civil dentro do sistema de honras do país) ao lado de seus companheiros Alex Lifeson e Neil Peart
  • 'Melhor Baixo de Álbum' (Snakes & Arrows) para a revista norte-americana Bass Player
  • 'Linha de Baixo mais Legal em uma Canção' em Malignant Narcissism para a revista norte-americana Bass Player
  • 'Melhor cover de 2007' com 'Northern Warrior' para a revista norte-americana Bass Player
  • 2010 – Com o Rush, 'Lenda Viva' para a revista britânica Classic Rock
  • 2012 – Medalha do Governor Geral para artes cênicas
  • 2013 – Com o Rush, passou a integrar o Rock and Roll Hall of Fame